Nossa história

A Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale (AIAAV) é uma rede de solidariedade que congrega, desde 2009, diversos grupos, como sindicalistas, ambientalistas, ONGs, associações de base comunitária, grupos religiosos e acadêmicos do Brasil e do mundo. Seu objetivo central é contribuir com o fortalecimento das comunidades em rede, promovendo estratégias de enfrentamento aos impactos socioambientais relacionados à indústria extrativa da mineração, sobretudo os vinculados à empresa Vale S.A.

Ao longo desses dez anos, temos denunciado muitos desastres provocados pela mineração da Vale sobre a vida de comunidades tradicionais, quilombolas, indígenas, camponesas, populações urbanas empobrecidas e trabalhadores. Em diferentes territórios, de Mariana e Brumadinho (MG) a Moçambique, de Santa Cruz (RJ) a Piquiá (MA), de Perak (Malásia) a Mendoza (Argentina), as semelhanças entre narrativas sobre os impactos da mineração e logística são o testemunho da insustentabilidade da Vale S.A. e também de todo o setor da mineração.

Uma Articulação como a nossa ganha um significado ainda maior ao conectar movimentos de incidência política e proteção dos direitos humanos e dos territórios onde a Vale S.A. atua, permitindo a construção de uma resistência global frente a uma empresa de atuação global. Essas articulações e intercâmbios visibilizam a verdadeira face do setor mineral, que promove massacres sociais e ambientais, privação de direitos e cerceiam liberdades para alcançar suas metas de lucros a qualquer custo.

Sabemos que os desastres socioambientais não afetam as populações de maneira igualitária, ao contrário, os riscos e impactos recaem de maneira mais dura e evidente sobre grupos étnicos mais vulneráveis, negros e mulheres. Deste modo, nossa atuação se orienta pela busca da Justiça Ambiental, que procura assegurar que todos os grupos sociais, independentemente de sua origem ou renda, tenham direito a tratamento justo e envolvimento pleno nas decisões sobre o acesso, ocupação e uso dos recursos naturais em seus territórios.

A empresa

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) foi fundada em 1942 como uma empresa estatal brasileira. Em abril de 1997, em operação que até hoje é contestada na Justiça Brasileira, a CVRD foi vendida pelo governo brasileiro por apenas US$ 3,4 bilhões, com financiamento subsidiado disponibilizado aos compradores pelo BNDES.

Após a privatização, a CVRD virou a Vale S.A., uma empresa transnacional que opera em dezenas de países nos cinco continentes. Em apenas uma década, a empresa se transformou na segunda maior mineradora do mundo e na maior empresa privada do país.

Após a privatização o perfil da empresa ficou ainda mais agressivo, intensificando conflitos sociais e ambientais. Cada vez mais, a atuação da Vale tem se caracterizado por uma política empresarial que desrespeita frontalmente os direitos de comunidades atingidas por seus empreendimentos e desafia leis, tratados internacionais e a luta organizada de trabalhadores.