Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale participa de protesto na sede da companhia, em Saint Prex, na Suíça

Objetivo era falar sobre a situação de Brumadinho, Mariana e Piquiá, mas nenhum representante da empresa recebeu o grupo

Representantes de movimentos de atingidos pela mineração estão em um jornada de denúncia por países da Europa a respeito das violações de direitos do setor mineral.Hoje, no dia 14 de outubro, pela manhã, o grupo esteve em frente à sede da Vale S.A. em Saint Prex, na Suíça. Objetivo era falar sobre a situação de Brumadinho, Mariana e Piquiá, mas nenhum representante da empresa recebeu o grupo e a polícia foi chamada para retirar os manifestantes do local.

A Articulação Internacional de Atingidas e Atingidos pela Vale está sendo representada  por Carolina de Moura Campos, coordenadora geral da Associação Comunitária da Jangada – Brumadinho, por Marcela Rodrigues, familiar de vítima do rompimento da barragem I da Vale em Brumadinho, Danilo Chammas, advogado popular da organização  Justiça nos Trilhos, que atua na defesa de comunidades impactadas pela Vale na Amazônia e em Minas Gerais e Antonia Flávia da Silva Nascimento, moradora da comunidade de Piquiá de Baixo, Açailândia, Maranhão, impactada pela siderurgia e pela ferrovia da Vale. 

Carolina Moura, relatou a forma como foram tratados: “Fomos até a porta e pedimos uma conversa. A representante da empresa disse que ia verificar e não se dignou a voltar com a resposta. Chamou a polícia e foram eles quem informaram que a empresa não nos receberia. Falamos da situação de Brumadinho, Mariana e Piquiá e exigimos justiça.”

Ainda hoje, o grupo participará da “Conférence-débat: Vale détruit nos vies et la planète”. Também participará do evento, a deputada gaúcha do PSOL, Fernanda Melchionna.

Para contextualizar o objetivo da denúncia, pode-se observar estudos do Instituto de Justiça Fiscal (IJF), apenas com a Vale, entre 2009-2015, o Brasil perdeu US$ 12,4 bilhões em impostos devido ao subfaturamento das exportações da empresa. Basicamente, a Vale exporta para si mesma em paraísos fiscais com preços subfaturados, o que diminui o pagamento de impostos proporcionais (como, por exemplo, a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais CFEM). Deste modo, a Vale se utiliza de manobras fiscais usando a Suíça como entreposto. Após a venda com valor abaixo do mercado para seu próprio escritório na Suíça, ela revende o produto ajustado ao valor do mercado.  

Até o dia 5 de novembro, o grupo irá  denunciar os crimes da mineração para investidores, parlamentares e organismos internacionais na Espanha, Suíça, Alemanha, Holanda, França, Itália e Bélgica.

Últimas notícias

É preciso pisar o chão e ouvir a terra

É preciso pisar o chão e ouvir a terra

A liderança quilombola Anacleta Pires da Silva, do Território Santa Rosa dos Pretos (MA). Foto: Andressa Zumpano Anacleta Pires da Silva é orientada pela terra, de onde brota sua inspiração, força e sabedoria para travar lutas pelo bem-viver coletivo, pelo acesso aos...