Conflitos ambientais e modelo energético em debate

O segundo dia (6/4) da caravana  de Minas começou com uma roda de conversa na sede da Comissão Pastoral da Terra. Logo na apresentação e  relato dos participantes, mais uma vez ficaram claras as semelhanças entre as estratégias usadas pela Vale em diferentes conflitos de diversos países e regiões. Em seguida, o modelo energético imposto pelo governo brasileiro, calcado na viabilização de grandes empreendimentos gerenciados por transnacionais, foi analisado e discutido coletivamente.

Após o almoço, o Mapa de Conflitos Ambientais no Estado de Minas Gerais foi apresentado ao grupo participante da caravana dos atingidos pela Vale. No trabalho, que começou em 2007,  estão listados casos envolvendo hidrelétricas, mineração e empreendimentos de monocultura, entre outros.

Desenvolvido pelo Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (GESTA) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e com o Núcleo de Investigação em Justiça Ambiental (NINJA) da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), o Mapa de Conflitos Ambientais não se baseou apenas na pesquisa documental de casos. Os grupos de trabalho promoveram visitas in loco e oficinas com comunidades, movimentos sociais e outras entidades envolvidas nos conflitos ambientais analisados.

A previsão é que até dezembro o projeto já estará disponível para pesquisa em uma página da internet. “A proposta é que as próprias comunidades possam revisar e atualizar online o conteúdo do mapa”, disse Luana Dias Motta, do GESTA. “Ninguém pode relatar melhor os casos do que os próprios moradores das áreas afetadas, aqueles que vivem a realidade dos conflitos”, completou.

(foto: Philippe Revelli)

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