Estudo aponta lama de rompimento de barragem de Mariana em Abrolhos

Pesquisadores de universidades brasileiras comprovaram que sedimentos da lama chegaram a recifes de corais do extremo sul de Abrolhos

Mais uma data entrou para a história das tragédias ambientais brasileiras. O dia é 16 de junho de 2016, quando o rejeito do maior desastre ambiental do Brasil alcançou o mais importante ecossistema marinho nacional. Com um arsenal de tecnologias de sensoriamento remoto e análises químicas e de DNA, pesquisadores de universidades brasileiras — UFRJ, UFPB, Ufes, Uenf e USP — comprovaram que sedimentos da lama liberada pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, em 5 de novembro de 2015, chegaram a recifes de corais do extremo sul de Abrolhos nesse dia.

O estudo, publicado no último dia 29 por uma respeitada revista especializada, a “Science of the Total Environment”, reúne provas de que a lama de fato chegou a Abrolhos, um ponto contestado pela Fundação Renova, controlada pelas mineradoras Vale e BHP Billiton e encarregada de realizar estudos sobre os danos do desastre.

Rejeitos no mar

Um estudo de universidades brasileiras revela que a lama da barragem de Fundão em Mariana chegou no dia 16 de junho de 2016 ao sul do Banco de Corais de Abrolhos. Análises feitas com sensoriamento remoto, isótopos (química) e DNA (molecular) comprovaram a presença do rejeito nos recifes do sul de Abrolhos em 2016 e 2017. Não houve prosseguimento do estudo em 2018. Os recifes ficam a 81km da foz do Rio Doce.

Em nota, a Renova diz que o monitoramento de corais dos Abrolhos “foi iniciado em setembro de 2018 e deve durar cinco anos.” Acrescenta que os dados “vão compor um relatório anual, que deve ser concluído até o final deste ano, com as primeiras interpretações das informações coletadas. Até o momento, os dados não indicam a ocorrência de danos aos recifes.”

Já o trabalho das universidades revela em detalhes o caminho percorrido pela lama até chegar aos corais do extremo sul de Abrolhos. Os recifes dessa área foram descobertos há menos de cinco anos e abrigam espécies em extinção de peixes e invertebrados.

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