A Revista Quadrilátero, um coletivo de mídia do interior de Minas Gerais que discute e cobre a mineração e os seus impactos na região da Serra do Caraça, com apoio da Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale convidam a todos a participar do fevereiro invisível, um mês de memória e protesto contra a violação de direitos e o silenciamento dos atingidos de Barão de Cocais.
Como veículo de informação do interior minerador do estado, partimos de um lugar de fala literalmente impactado. Somos de municípios minério-dependentes que sofrem com várias consequências dessa relação desigual, imprevidente e desumana que as mineradoras praticam no Brasil com a conivência histórica do poder público. Nesse sentido, para além da denúncia do silenciamento que Barão de Cocais está sofrendo, este evento simboliza a tomada do lugar de fala do interior impactado pela mineração por ele mesmo.
Mas não se trata apenas de uma questão narrativa. Também discutiremos a concretude da realidade: como estamos após 2 anos da evacuação forçada das mais de 500 pessoas, quando soaram as sirenes da barragem Sul Superior, da Mina de Gongo Soco (Vale), que separou as comunidades de Socorro, Piteira, Tabuleiro e Vila do Gongo dos seus lares, da sua cultura e de suas sociabilidades.
Para viralizar nosso protesto, aglomeramos forças junto a representantes de coletivos e movimentos sociais, ambientais e de comunicação. Assim apresentamos uma semana com painéis, que serão apresentados no formato de lives (em nosso canal YouTube) e que discutirão temas relevantes para o Quadrilátero Ferrífero-Aquífero, estabelecendo conexões com outros impactados pela mineração imprevidente que é praticada em tantos territórios.
Programação da Campanha #FevereiroInvisível
1º de fevereiro – Retrospectiva dos 2 anos da evacuação: o que mudou?
2 de fevereiro – Outros lugares, outros atingidos: interseções e solidariedade
3 de fevereiro – Os patrimônios cultural e ambiental na defesa dos territórios
4 de fevereiro – Narrativas atingidas: direito à comunicação e silenciamento
5 de fevereiro – Além dos impactos: horizontes minério-dependentes