Há 5 anos o que importa para a Vale é o lucro e não a vida

O rompimento da barragem de Fundão em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, Minas Gerais, em 5 de novembro de 2015, liberou 62 milhões de m³ de rejeitos que deixaram um rastro, em muitos aspectos irreversível, de destruição ecológica, humana e social, na bacia do Rio Doce. A Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas (AIAAV) ao longo desses anos vem denunciando uma série de violações aos direitos humanos, acordos não cumpridos entre o grupo minerário (Samarco/Vale e BHP Billiton) e instituições de justiça e a inoperância do Estado de Minas Gerais. Uma série de atividades, iniciadas no mês passado pelas organizações que compõem a AIAAV, seguem em novembro para marcar os cinco anos do rompimento de Mariana e não deixar esquecer as 19 vidas ceifadas.

A Articulação reafirma que o crime ocorrido em 2015 e todo o processo de reparação que vem acontecendo na Bacia do Rio Doce, exclui a participação social de quem mais sofreu com o rompimento e demonstra que para a Vale o que importa é o lucro e não a vida. Nesta quinta-feira (05/11) será realizada uma audiência pública, às 14h, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, com representantes de movimentos de atingidos e atingidas para debater as medidas já tomadas e as ainda necessárias para reduzir os impactos dos rompimentos das barragens em Mariana e Brumadinho.

Outra ação que acontece hoje é a divulgação nas redes sociais de mais uma parte da Campanha Rompendo à Máscara coordenada pelas Brigadas Populares junto a Articulação lançada em outubro. Neste mês apresentamos mais dados sobre o que de fato está acontecendo em Mariana. A campanha tem como objetivo desmascarar as mentiras que a empresa vem contando nesses últimos anos. Um exemplo é o reassentamento das famílias de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo que vem sendo constantemente adiado pela Fundação Renova, responsável pelo reassentamento.

Nesta quinta-feira também acontece o lançamento online do curta documentário “Territórios Minerários – muito além da lama” produzido pelas Brigadas Populares e a Articulação com apoio da Misereor. O curta retrata a realidade da comunidade de Antônio Pereira, sua relação com o empreendimento minerário da Vale e a luta dos moradores pelo seu território. Depois de cinco anos do rompimento da barragem de Fundão, o mesmo território vive o risco iminente de testemunhar outro crime socioambiental.

Acompanhem as ações marco dos cinco anos pelas redes sociais da AIAAV e das Brigadas Populares  e a audiência pública será transmitida em tempo real pelo site da ALMG no link https://bit.ly/3eoFdlD e pelo canal da Assembleia no YouTube http://www.youtube.com/assembleiamg

Agenda ações AIAAV – 5 anos do crime da Vale em Mariana

  • 14h – audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais
  • Lançamento Campanha Rompendo à Máscara – especial Mariana
  • Lançamento do curta documentário “Territórios Minerários – muito além da lama”

Ficha Técnica do curta documentário “Territórios Minerários – muito além da lama”

Direção e Roteiro: Ana Malaco

Produção: Renato Sacramento e Rayele Sacramento

Cinegrafistas: Raquel Satto e Igor Azevedo

Edição: Uriel Silva

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