Depois de um hiato em isolamento social ocasionado pela pandemia do covid-19, representantes de diversas comunidades atingidas pela mineração, movimentos sociais, organizações da Sociedade Civil e partidos políticos comprometidos com a pauta voltam a se reunir no I Encontro de Comunidades de Resistência à Mineração, realizado em Itabira (MG), nos dias 23 e 24 de outubro de 2021.
Este evento, que seguiu todos os protocolos de segurança e cuidados, foi organizado pelo Comitê Popular dos Atingidos pela Mineração em Itabira e Região, em parceria com as Brigadas Populares, a Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale e outras entidades, é realizado num contexto muito peculiar. Além da pandemia, 2021 é o ano em que o Governo Zema (MG) fecha um acordo extremamente prejudicial aos atingidos pelo crime da Vale em Brumadinho. Tudo isto se agrava com a alta do preço das commodities e os lucros recordes das mineradoras durante a pandemia, o que as encorajou a avançar ainda mais sobre nossos territórios. Na contramão desse processo, também é o ano em que a Política Estadual dos Atingidos por Barragem foi aprovada, uma vitória dos atingidos e atingidas.
Devido a todo este contexto, este evento foi histórico, pois possibilitou criar um espaço onde o sentimento de indignação, ódio e desespero foram canalizados em luta, organização e esperança. Apesar de todas as adversidades, as comunidades nunca desistirão da luta por um futuro digno para as nossas juventudes, pela soberania popular sobre nossos bens naturais e pela defesa nos nossos ecossistemas. Continuaremos atentos/as, fortes e agora mais do que nunca, JUNTOS/AS, até a vitória!
Como desdobramento do Encontro, foi elaborado um documento que sintetiza os debates realizados, intitulada Carta de Itabira – Por um futuro para as comunidades que resistem à mineração que faz reivindicações aos órgãos competentes, denuncia a Vale para a sociedade e reafirma o compromisso com os grupos e os territórios atingidos pela mineração. Para acessá-la, clique aqui.