Moradores da Zona da Mata são evacuados por risco em barragem da Vale

Medida foi tomada em Rio Preto, a 385 quilômetros de Belo Horizonte. Ao todo, 29 pessoas foram retiradas de casa

Mais uma evacuação por causa de risco de rompimento de barragem da Vale ocorre na manhã deste sábado. Desta vez, moradores da zona rural de Rio Preto, cidade localizada a 385 quilômetros de Belo Horizonte, na divisa com o Rio de Janeiro, na Zona da Mata mineira, estão deixando suas casas. O nível de segurança da barragem da Usina Hidrelétrica Mello foi elevado para nível 2. Esta é a sétima comunidade a ser evacuada, desde o rompimento da barragem 1 da Mína do Córrego do Feijão, em Brumadinho.

De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), a segurança da barragem de água ficou comprometida em função das chuvas da madrugada. A estrutura tem 14 metros de altura e 4,5 milhões de metros cúbicos de água. De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), a medida atinge 29 pessoas de 19 famílias. Elas estão sendo levadas para hotéis e pousadas da região.

“A Vale avisou a Cedec, que está fazendo os trabalhos. A Polícia Militar está deslocando para lá mais efetivo para fazer frente a segurança das residências”, afirma o tenente-coronel Flávio Godinho, porta-voz da Cedec. Segundo ele, desta vez não foi tocada sirene e a retirada das pessoas está sendo feita casa a casa, de forma organizada.

A Vale informou, por meio de nota, que desde novembro do ano passado, a barragem passa por obras visando o aumento da segurança e foi estabelecido um gatilho para o acionamento do plano de realocação de pessoas para fora da Zona de Autossalvamento (ZAS) relacionado ao nível de água do reservatório. De acordo com a empresa, a medida atinge 10 propriedades rurais na ZAS e que algumas pessoas têm casas em área urbana, não sendo moradores fixos. Acrescentou que está prestando assistência aos moradores. “A Vale está monitorando a situação. A barragem e o nível de água encontram-se estáveis. Ainda não há previsão de retirada de alerta”, afirma o texto.

Histórico

Outras seis cidades tiveram moradores retiradas das casas por causa do risco de ruptura de estruturas que armazenam rejeitos de mineração. A retirada de moradores dos imóveis começou em 8 de fevereiro. Naquele dia, moradores da comunidade de Pinheiros, em Itatiaiuçu, na Grande BH, foram acordados de madrugada por bombeiros e policiais militares. A evacuação foi devido a mudança do fator de segurança da barragem da Mina Serra Azul, da empresa ArcelorMittal.

No mesmo dia, cerca de 500 moradores de Barão de Cocais, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte, também tiveram que deixar seus imóveis, devido aos problemas constatados na Barragem Sul Superior da Mina Gongo Soco, da Vale.

Em 16 de fevereiro, moradores de São Sebastião das Águas Claras, distrito conhecido como Macacos, em Nova Lima, na Grande BH, foram retirados por causa de riscos na barragem B3/B4 da Mina Mar Azul, da Vale.

Quatro dias depois, nova evacuação em Nova Lima e Ouro Preto, devido a riscos da Barragem de Vargem Grande, que fica em Nova Lima. Foram retiradas das casas aproximadamente 115 pessoas, sendo 100 moradores de Nova Lima e outros 15 de Ouro Preto.

Na última terça-feira (12), o Ministério Público de Minas Gerais, da comarca de Congonhas, expediu  uma recomendação para que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) providencie moradias provisórias  para habitantes de aproximadamente 600 casas do município que estão ameaçada pela barragem Casa de Pedra. Ao todo, cerca de 2,5 mil moradores devem ser retirados das moradias.

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