Nota: Ontem o Estadão publicou, a partir de release da dita empresa, que “50 funcionários da Vale são mantidos reféns por indígenas no Pará”. Procurei na internet, e não havia mais nada a respeito do assunto. Esta manhã fui ver se mais alguém noticiara. “El País” e Globo (via blog do Noblat) haviam repetido a mesmíssima coisa. Já o Estadão havia recebidonovo release da Vale e mudado a notícia para “Indígenas libertam 50 empregados da Vale feitos reféns no Pará”. Gozado é que dizia que a ‘libertação’ havia sido feita às 21 horas, mas a notícia continuava com o horário da anterior: 17:47. Já a notícia abaixo foi publicada às 11:37h de hoje, domingo, 15 de junho pelo mesmo Estadão. Simplesmente, é o desmentido do Ministério Público Federal, enviado ao jornal, como pode ser lido abaixo. (Tania Pacheco)
O Ministério Público Federal negou que os funcionários da Vale tenham sido mantido reféns durante a manifestação de índios Xikrin, iniciada na quinta-feira e encerrada na noite deste sábado. Durante esse período, a portaria da unidade de extração de níquel da empresa em Ourilândia do Norte (PA) foi bloqueada por um grupo de indígenas.
O MPF informou que os índios das aldeias Djudjekô, Kateté e Oodjam permitiram a passagem de ônibus com trabalhadores que fazem a manutenção dos fornos e não impediram a saída de funcionários. Apenas a produção de níquel teria sido paralisada.
“O Projeto Onça Puma, de extração de níquel, afeta diretamente os Xikrin, mas até agora a Vale não iniciou nenhum programa de compensação de impactos, nem cumpriu nenhuma das condicionantes previstas no licenciamento do projeto. O MPF já acionou a Justiça Federal contra a Vale em defesa dos direitos dos Xikrin afetados pelo projeto Onça Puma”, informa a nota divulgada pelo MPF.
Neste sábado, a mineradora informou que 50 trabalhadores foram mantidos retidos na unidade desde quinta-feira e que os indígenas ameaçaram atear fogo a um dos fornos. Segundo a Vale , o protesto foi motivado por divergências a respeito do repasse de recursos para aldeias. A companhia informou que as três aldeias recebem R$ 9 milhões por ano [sic].
Matéria do site Combate ao Racismo Ambiental, publicada em 15 de junho de 2014.