As mulheres da Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale são exemplos de luta pelo direito a moradia digna. No segundo dia por Minas Gerais, a caravana da Articulação esteve no Bairro do Pires, em Congonhas, onde viu a luta dos moradores contra os danos causados pela Vale e outras empresas: contaminação da água e do ar, além dos riscos causados pela linha do trem e pela rodovia que cortam o bairro.
Lá foi o local de encontro de quatro mulheres guerreiras que tiveram oportunidade de trocar suas histórias e experiências:
Sandra Vita, moradora do Morro da Água Quente, em Catas Altas (MG), que luta não apenas pelos danos que já ocorrem com a mineração, como também agora tenta impedir que a Vale abra uma nova mina, ainda mais próxima de sua comunidade.
Ivana Gomes, presidente da Associação de Moradores do Bairro do Pires, contou sobre as dificuldades que é fazer a luta contra a mineração, como as ações das empresas para dividir os moradores: “Elas espalham boatos e também usam o fato de ter moradores contratados por empresas que prestam serviço para ameaçar. Muitos têm medo de perder o emprego ao protestar”.
Do bairro de Piquiá de Baixo, em Açailândia (MA), Joselma de Oliveira e Francisca Silva também falaram sobre sua história de resistência. Elas buscam o reassentamento de todo o bairro, altamente poluído pelos resíduos produzidos pelas siderúrgicas que trabalham para a Vale, assim como pela Estrada de Ferro Carajás. Ao ouvir a história de Sandra, Joselma lembrou da sua: “Quando as empresas chegaram, a gente achou que ia gerar riqueza, mas só houve destruição. Hoje, nossa luta é para sair de lá. É um processo que ocorre agora porque a gente não lutou no passado contra a instalação, acreditando que era o desenvolvimento chegando. Por isso, é importante a luta para que a Vale não abra a mina perto da casa de vocês”.