No dia 16 de Junho a região dos inconfidentes viveu duas grandes lutas dos trabalhadores e do povo pobre em geral, em ambas as grandes empresas mineradoras da região utilizaram a policia e da justiça para tentar criminalizar o movimento sindical e as lutas populares.
Em Antonio Pereira, um distrito de Ouro Preto, que fica exatamente onde passam os ônibus da Vale e da Samarco a meses a comunidade protesta por melhorias em sua qualidade de vida.
Falta tudo, e o pouco que há é de péssima qualidade. Como observa o manifesto dos moradores as reivindicações de condições básicas de trabalho, seguranças, saúde, transporte foram mais uma vez repetida pela sofrida e combativa comunidade.
Desde Junho do ano passado os moradores tem exigido uma melhoria no atendimento de saúde, aumento nas consultas e na disposição de remédios; aumento nos atendimentos diários, substituição de funcionários; capacitação do motorista da ambulância; bem como plantões em sábados, domingos e feriados.
Reclamam ainda da gestão do Centro de Referencia e Assistência Social, (CRAS), no que toca a gestão e distribuição de cestas básicas; bem como do cadastramento das bolsas famílias;
Denunciam ainda que a empresa SUPREMA não paga seus colaboradores e as obras não andam no ritmo combinado com a Prefeitura bem como o uso das maquina e equipamentos desta empresa é feita sem o devido cuidado com segurança em um local habitado. Reclama que a escola municipal parece viveiro de animais.
Por fim reclamam dos abusos cometidos por funcionários da prefeitura.
Como resposta a este protesto as empresas acionaram a justiça que apresentou uma decisão para que o Sindicato Metabase Inconfidentes desobstruísse a estrada. A decisão é absurda por que o sindicato não estava organizando nem participando da manifestação.
Na verdade as empresas, Samarco e Vale, sabem disso, mas usam a justiça para criminalizar as lutas do Sindicato.
Já em Congonhas, a coisa foi mais séria. Os trabalhadores da Mina Casa de Pedra, da CSN estão em campanha salarial. A empresa está oferecendo pouco mais de 5% de aumento nos salários dos trabalhadores.
Entre a noite do dia 16 e a madrugada do dia 17 o sindicato organizou um protesto parando os ônibus da empresa para conversar com os trabalhadores sobre a proposta da empresa.
Vinte minutos depois do começo do protesto um Policial Militar apareceu exigindo que os trabalhadores “fossem trabalhar” e com uma arma em punho em punho ameaçou um dos dirigentes sindicais.
A reação dos trabalhadores foi imediata, desceram dos ônibus e ficaram na manifestação na rodovia, a Letra “E” dos trabalhadores da CSN não trabalhou, em protesto contra a proposta ridícula que a CSN esta apresentando.
Alem disso no dia 20 de junho, a Vale promoveu mais um ataque ao sindicato e à organização dos trabalhadores. De forma injusta e absurda, a Vale desligou da empresa o companheiro Vander Luis, diretor sindical e morador da comunidade Antônio Pereira. Essa atitude não tem fundamentação, pois não existem motivos que a justifiquem. A Vale utiliza mais uma vez o método de perseguição aos dirigentes do nosso sindicato para tentar calar a voz daqueles que querem lutar. Vander é morador da comunidade Antônio Pereira e, assim como a população local, sofre com as injustiças cometidas pela empresa. A região é uma das mais ricas do nosso país. No entanto, a população sofre com os desmandos das grandes mineradoras e dos governos, pois toda a riqueza é enviada para os cofres dos acionistas, deixando para a população apenas a poe-ira e os problemas sociais. Não podemos permitir essa prática da Vale. Vamos lutar em defesa da liberdade e direito à organização dos trabalhadores e da população em geral. Exigimos a imediata reintegração do companheiro Vander. A prática da Vale é ilegal e fere a legislação trabalhista.
Não a criminalização das Lutas! Tirem as mãos do Metabase Inconfidentes!
É um absurdo que a justiça e a Policia interfiram no livre direito à organização dos trabalhadores e no direito ao protesto da população. Pior ainda usar de ameaça física contra diretores do sindicato é uma vergonha.
Infelizmente tais práticas só comprovam o que muitos trabalhadores já sabem e sentem na própria pele, que a justiça e a policia só defendem os ricos.
Pela imediata reintegração do companheiro Vander Luis
Exigimos nosso direito de protestar e lutar.
Não a criminalização da lutas sociais.
Lutar não é crime.