Piquiá de Baixo: uma história de esperança para o Sínodo

A comunidade de Piquiá de Baixo, no Maranhão (Brasil), tem uma história emblemática que vale a pena ser contada ao Sínodo da Amazônia. É vítima da mineração e da siderurgia, no contexto do Programa Grande Carajás, que extrai minério de ferro do coração da Amazônia para exportá-lo, atravessando 900 km entre os estados do Pará e Maranhão, até Cina, Japão, Europa e Estados Unidos.

A empresa Vale S.A., tristemente conhecida pelos crimes de Mariana e Brumadinho, é o ator principal no contexto deste Programa, que inclui também empresas de siderurgia altamente poluentes, instaladas ao lado da comunidade de mais de mil habitantes, para produzir ferro gusa. A Vale fornece minério e transporta o ferro gusa, que também é exportado.

Há 15 anos Piquiá de Baixo, através da rede Justiça nos Trilhos, denuncia as violações sofridas, luta em busca de reparação integral, exige justiça e responsabilização do Estado e das empresas que sacrificam comunidades, territórios, água e meio ambiente, em função do lucro de poucos.
A rede ecumênica Igrejas e Mineração convidou Flávia Antônia do Nascimento, jovem mãe, de Piquiá de Baixo, para testemunhar o drama e a resistência de sua comunidade por ocasião do Sínodo da Amazônia.

Flávia viajará também para Genebra, onde encontrará alguns Relatores Especiais da ONU para denunciar as violações impostas à sua comunidade.


Integrantes da rede Igrejas e Mineração apresentaram a Papa Francisco, durante uma sessão do Sínodo, a situação de Piquiá de Baixo e a própria rede ecumênica, que acompanha e assessora comunidades atingidas pela mineração em diversos países da América Latina.

No Sínodo para Amazônia, muitos padres sinodais, pastorais sociais e comunidades estão denunciando com vigor os impactos e contradições do extrativismo predatório e se opõem, de modo particularmente contundente, à mineração em terras indígenas, grave ameaça aos territórios.

Acompanhe a caminhada da comunidade de Piquiá de Baixo, da rede Justiça nos Trilhos e da rede Igrejas e Mineração através dos seguintes contatos:
http://piquiadebaixo.com.br/
www.justicanostrilhos.org
www.iglesiasymineria.org

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