EP.12 Quanto custa o lucro da Vale?

Em um ano ainda marcado pela pandemia de covid-19 e seus impactos globais, a Vale fechou 2021 com o maior lucro da história de uma empresa aberta no Brasil: 121 bilhões de reais. Com o resultado, mais de 300% superior ao ano anterior, a Vale vai distribuir US$ 3,5 bilhões de dólares em dividendos a seus acionistas, adicionais aosUS$ 7,4 bilhões de dólares já repartidos pelo desempenho no primeiro trimestre.

Em seu balanço anual, apresentado no final de abril durante a assembleia de acionistas, a empresa elencou seus supostos esforços para reparar danos causados por suas atividades e para se tornar uma empresa social e ambientalmente mais responsável.

O que a Vale não contou em seu balanço é que ela segue utilizando processos e tecnologias que reduzem os custos produtivos às custas da destruição da natureza, da exploração exaustiva de seus trabalhadores e trabalhadoras e do adoecimento das comunidades que são vizinhas aos seus empreendimentos. A falta de transparência nos documentos da empresa se apresenta de diversas formas, seja na omissão de informações importantes sobre os impactos de seus negócios, seja na criação de uma, entre aspas, narrativa criativa, para explicar outros fatos.

Esta edição do Vozes que Valem ouviu Antonio Zacarias, da província de Tete, Moçambique; Anacleta Pires da Silva, quilombola do território Santa Rosa dos Pretos, na zona rural de Itapecuru-Mirim, Maranhã0; e a cacica Ãgohó Pataxó Hã Hã Hãe, da aldeia Katurãma, em São João de Bicas, região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Antonio, Anacleta e Ãgohó são pessoas que sabem a verdade sobre as atividades da Vale, e do único lugar de onde procede seu lucro: da exploração sem limites da natureza e da violação de direitos socioambientais de povos e comunidades.


Nas imagens, Cacica Ãgohó Pataxó Hã Hã Hã, em protesto contra a contaminação do Rio Paraopeba causado pelo crime da Vale em Brumadinho (MG), em 2019. Foto: Arquivo pessoal

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