Nos locais de exploração mineral a regra é o desmatamento, a destruição de nascentes d’água, a degradação do solo e a poluição do ar. A cadeia produtiva mineral representa 30% do PIB de Minas Gerais. O ouro extraído no período colonial foi enviado para a Europa sem retorno concreto ao Brasil. Hoje, os minérios continuam sendo enviados ao exterior, deixando para cidades mineiras apenas a destruição.
A influência política da Vale em Minas Gerais garante à empresa o silêncio do Estado e de governos em relação aos crimes sociais, trabalhistas, tributários e ambientais cometidos pela mineradora e garante benefícios econômicos, como o empréstimo aprovado pelo BNDES à empresa de R$ 7,3 bilhões a pagar em 40 anos sob juros irrisórios.
Frente à situação, grupos e movimentos locais estão fortalecendo alianças através da Caravana Minas, que sairá da cidade de Congonhas no próximo dia 11 rumo ao Rio de Janeiro. Representantes de movimentos e organizações sociais mineiras, cerca de 30 pessoas, vão participar do Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale para a troca de experiências com pessoas de várias partes do mundo.
“É urgente que os povos, os movimentos e as comunidades se unam e se conheçam cada vez mais, para enfrentarem juntos um modelo de desenvolvimento que até hoje está enriquecendo poucos e distribuindo para muitos seus impactos e contradições” , diz trecho da convocatória elaborada por movimentos e organizações sociais mineiros.