“Rompimento fatal de uma barragem no Brasil: qual a responsabilidade das empresas alemãs?” Debate acontece no dia 22 de outubro, às 19h em Berlim, 14h em Brasília

Em janeiro de 2019, uma barragem estourou em uma mina de minério de ferro em Brumadinho, matando mais de 270 pessoas. A lama tóxica poluiu grande parte do Rio Paraopeba, envenenando a água potável de milhares de pessoas. Apenas quatro meses antes, a auditora alemã TÜV SÜD declarou a barragem estável.

Quem é responsável por essas mortes e pela perda de muitos meios de subsistência? A empresa de mineração Vale não tomou as medidas de segurança adequadas. Com normas e inspeções negligentes, o governo brasileiro pode ter violado seu dever de proteção. As empresas alemãs também tiveram um papel: entre 2016 e 2018, o Grupo ThyssenKrupp adquiriu mais de 40 milhões de toneladas de minério de ferro da Vale, aparentemente deixando de avaliar minuciosamente os padrões de segurança e Direitos Humanos de seus fornecedores brasileiros. Uma subsidiária brasileira da TÜV SÜD confirmou a segurança da barragem em setembro de 2018, embora o Ministério Público brasileiro tenha declarado que os riscos à segurança eram conhecidos. O promotor público no Brasil está investigando a Vale. Como as empresas envolvidas também podem ser responsabilizadas legalmente na Alemanha?

Este caso mostra que as empresas alemãs devem ser obrigadas por lei a realizar a auditoria dos Direitos Humanos de suas operações no exterior. Esta é a demanda da Iniciativa Alemã de Direito de Devida Diligência (Iniciativa Lieferkettengesetz), apoiada por 64 organizações da sociedade civil, incluindo o Centro Europeu de Direitos Constitucionais (ECCHR) e a MISEREOR. A iniciativa também exige um acordo vinculativo da ONU sobre negócios e Direitos Humanos, exigindo que os Estados consagrem em lei que as empresas devem realizar diligências em Direitos Humanos.

Participam do debate:

Marcela Nayara Rodrigues, cujo pai foi morto quando a barragem estourou

Carolina de Moura Campos, jornalista e ativista, Asociacão Jangada, Brumadinho

Claudia Müller-Hoff, advogada e consultora jurídica sênior, ECCHR

Armin Paasch, consultor de políticas de negócios e direitos humanos, MISEREOR

 

Moderação: Johannes Heeg, porta-voz da Iniciativa Lieferkettengesetz

 

O evento acontecerá em alemão e português com interpretação simultânea.

Haverá uma transmissão ao vivo em português no Facebook:  https://www.facebook.com/ecchr.eu/

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