Seminário “Diferentes Formas de Dizer Não: Experiências de Proibição, Resistência e Restrição à Mineração”

Seminário “Diferentes Formas de Dizer Não: Experiências de Proibição, Resistência e Restrição à Mineração” reuniu mais de 30 movimentos e organizações de 15 estados brasileiros, em Muriaé (MG), de 12 a 15 de agosto de 2019. O evento reuniu uma frente ampla de movimentos, organizações e coletivos de todo o Brasil para, a partir de experiências que deram certo, traçar estratégias que ponham fim à cadeia de injustiças que o extrativismo mineral impõe aos territórios país afora.

Organizado por uma articulação que envolve o Comitê em Defesa dos Territórios frente a Mineração, a Rede brasileira de justiça ambiental, a Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale e o Movimento Nacional pela Soberania Popular na Mineração, até a próxima quinta (15), o seminário contou com atividades de formação e intercâmbio de experiências que deram certo em limitar ou barrar empreendimentos de exploração de minérios.

O encontro teve o objetivo de articular diferentes movimentos e representantes de territórios em torno do questionamento ao modelo mineral brasileiro, para garantir o bem estar das gerações atuais e futuras. Limitar a mineração é também lutar pela ampliação do reconhecimento de alternativas econômicas locais, como iniciativas agroecológicas e da agricultura familiar, além do turismo sustentável entre outros.

“Toda vez que queremos debater o modelo de mineração, dizem pra nós que a gente é contra o desenvolvimento, contra geração de emprego. A verdade é que os empregos diretos que surgem desses empreendimentos são poucos em relação às promessas e precários em termos de segurança. Há normalmente um inchaço das cidades que recebem projetos mineradores, exigindo mais dos sistemas de saúde, educação e segurança públicas”, analisou a secretária da Articulação Internacional de Atingidas e Atingidos pela Vale e pesquisadora do PoEMAS, Maíra Mansur, durante o debate.

Por meio de histórias de resistências locais à mineração, os participantes mostraram que, embora a atividade econômica gere riqueza, os prejuízos têm sido bem superiores.

Maria Julia Zanon, do MAM – Movimento Pela Soberania Popular na Mineração, destacou que os prejuízos da atividade podem ser irreparáveis e lembrou das famílias que perderam entes queridos depois de crimes – por ação ou omissão – de mineradoras. “Precisamos dizer não porque tivemos mais um exemplo claro e criminoso em Brumadinho. Hoje, há mais de 1.000 pessoas evacuadas em Minas Gerais pela ação mineradora. Tem gente que não vai pra casa desde o dia 8 de fevereiro. E não estamos aqui só dizendo não. Estamos dizendo: ’nós temos alternativas”, concluiu.

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