A mineradora Vale afirmou por nota que vai indenizar parte dos afetados por suas atividades em Moçambique. Veja em matéria do site “Minha Terra”:

Maputo, 16 jan (Lusa) – A mineira Vale vai indenizar as famílias de camponeses residentes do bairro 25 de setembro, em Moatize, província de Tete, centro de Moçambique, afetadas pelas operações de exploração de carvão da empresa brasileira naquela região.

Num comunicado distribuído hoje, a Vale anunciou ter chegado a “um desfecho pacífico” nas negociações com as famílias de camponeses e as autoridades governamentais da província de Tete.

Em dezembro, cerca de três centenas de famílias manifestaram-se contra o plano de indemnizações da empresa, bloqueando os acessos à mina de Moatize, que a Vale explora.

As famílias, que foram deslocadas da zona da mina para o bairro 25 de setembro, aquando do início das atividades de exploração de carvão da Vale, reivindicavam compensações pela perda dos seus terrenos agrícolas.

Reagindo ao protesto, a empresa brasileira disse, inicialmente, que as reivindicações eram “novas”, uma vez que não estavam contempladas no plano inicial de indemnizações.

A Vale argumentava ainda que as famílias mantinham acesso aos terrenos agrícolas, porque, apesar de se encontrarem dentro da área de concessão da empresa, não estavam a ser explorados pela multinacional.

Quase um mês depois da ação de protesto, a Vale chegou a um entendimento com as famílias, reconhecendo que a distância que os camponeses percorrem do bairro onde atualmente residem até aos antigos terrenos agrícolas é bastante maior do que no passado, o que “constitui um impacto que não estava incluído no plano de reassentamentos” acordado.

A empresa avançou ainda que as novas compensações vão cobrir 238 terrenos pertencentes a 171 residentes do bairro 25 de setembro, devendo a empresa anunciar, dentro em breve, os contornos do memorando de entendimento.

Originalmente publicado em http://www.jornal-minha-terra.com/sociedade/105/artigo-brasileira-vale-aceitou-indemnizar-camponeses-afetados-pela-sua-mina-em-mocambique-30229.html